1. Para quais exames laboratoriais é necessário o jejum?
Alguns exames de patologia clínica requerem que o paciente esteja previamente preparado para sua realização. Muitas vezes dentro desta preparação, algumas peculiaridades alimentares devem ser seguidas. Por exemplo, na área da bioquímica, exames que envolvam a dosagem sangüínea da glicose só podem ser realizados se o paciente estiver em jejum de pelo menos 8 horas, nunca devendo ultrapassar 14 horas. Outras dosagens que envolvem gorduras sangüíneas, como os triglicerídeos só podem ser feitas de forma adequada se o paciente estiver sem se alimentar por um período de pelo menos 12 horas. Em ambos os casos, estamos falando de alimentos. O paciente pode ingerir água sem nenhum problema de interferência nestas dosagens.
2. É preciso abstinência sexual para quais exames laboratoriais?
A abstinência sexual é recomendada por um período de 4 dias para aqueles pacientes que irão realizar Espermograma. Cultura bacteriológica do esperma, por exemplo, não implica em nenhum tipo de privação sexual. No caso das mulheres, quando se vai analisar a urina matinal, recomenda-se que a paciente se submeta a uma boa higiene genital antes de coletar o segundo jato urinário. Se estas recomendações não forem seguidas de forma apropriada e a paciente tiver tido relações sexuais anteriores à coleta do exame, eventualmente poderá acontecer o encontro de espermatozóides na urina feminina por contaminação da mesma com pequena quantidade de esperma.
3. A menstruação pode interferir nos exames laboratoriais?
Com relação à menstruação, sabe-se que a descamação uterina leva a sangramentos que não devem ter repercussões sistêmicas maiores. Entretanto, quando estes sangramentos são excessivos, pequenas variações no hematócrito e outros índices do hemograma podem ocorrer. Além disto, realizar exame de urina em vigência de menstruação é igual a se ter hemácias na urina, ou mesmo um aumento da proteína urinária, levando eventualmente o médico à falsas impressões sobre doenças ddo aparelho urinário. Se for necessária a realização do exame de urina no decorrer do período menstrual, o médico solicitante deverá estar ciente e o laboratório devidamente notificado. Dosagens hormonais no período da menstruação sofrem variações normais que deverão ser interpretadas pelo seu médico, seja ele clínico geral, endocrinologista, ou ginecologista.
4. Um resultado reagente é o mesmo que positivo?
Um resultado reagente significa que o material clínico testado reagiu positivamente num determinado ensaio. De forma contrária, um soro não reagente traduz negatividade. Assim, um exame de pesquisa de anticorpos contra o vírus do sarampo, por exemplo, é relatado como REAGENTE, implica que o paciente esteve possivelmente em contato com o vírus e gerou anticorpos que puderam ser detectados no teste imunológico.
5. ßHCG aumentado significa gravidez?
Normalmente o ßHCG ou sub-unidade b do hormônio coriônico gonadotrófico é produzido pela placenta e é encontrado no sangue, líquido amniótico, leite e outros líquidos corporais. Este hormônio é detectado muito cedo na gravidez, começando a aumentar do sexto ao oitavo dia após a fecundação. Assim, mesmo sem qualquer atraso menstrual é possível se ter o diagnóstico de gravidez pela dosagem do ßHCG. A partir desta época, suas concentrações aumentam até atingir o máximo no terceiro, quarto ou quinto mês. Decresce posteriormente até negativar-se após o parto. Assim apesar de termos uma tabela de dosagens de ßHCG relativas à idade gestacional (quantas semanas de gestação) é impossível se ter certeza, com base neste hormônio, da idade do feto. Para este fim o exame recomendado é a ultrassonografia.
6.Medicamentos utilizados podem interferir nos exames laboratoriais?
Vários medicamentos interferem diretamente nos exames laboratoriais, principalmente nas dosagens bioquímicas e hormonais. Dessa forma, a utilização de qualquer remédio deve ser relatada ao laboratório para que possamos fazer uma real interpretação do seu resultado. Por vezes, dosagens que se revelam fora do limite da normalidade podem ser explicadas pelo uso de determinados medicamentos. O uso de antibióticos por exemplo, leva na quase totalidade das vezes a resultados de urinoculturas negativas. Mesmo se a bactéria presente for resistente àquele determinado antibiótico, a presença da droga na urina inibe muitas vezes o crescimento do germe na placa de cultivo. No caso de exames micológicos, como a pesquisa direta ou o cultivo de fungos, a situação fica mais complicada. Se o antifúngico que estiver sendo utilizado for de aplicação local, este deverá ser suspenso pelo menos duas semanas antes do teste e se for mediante a ingestão de comprimidos, recomenda-se pelo menos quatro semanas sem a medicação. Durante a consulta médica, informe os medicamentos que estiver usando, inclusive vitaminas, anticoncepcionais, redutores de apetite, etc.
7.Resfriado impede a realização de exames?
Fazer exames durante quadros patológicos podem levar a resultados alterados. Um paciente julga que está com um resfriado por estar apresentando cansaço, dores no corpo e um pouco de coriza. Sabe-se que vários quadros virais podem evoluir com estes mesmos sintomas. Assim, pode-se encontrar variações nos exames, principalmente exames do tipo hemograma (hematológicos), peculiaridades de infecções virais diferentes do resfriado.
8. E quanto ao café e às bebidas alcoólicas. Há recomendações?
Sim, o café sem açúcar não é conveniente pois a cafeína acaba interferindo em algumas dosagens bioquímicas. Álcool antes de exames... Isto não pode! É conhecido que o metabolismo alcoólico compete com o metabolismo dos açúcares como a glicose. Assim, teremos uma potencialização: o paciente já não se alimentou e ainda por cima tomou álcool.
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