segunda-feira, 30 de junho de 2008

MALÁRIA








1. AGENTE ETIOLÓGICO: protozoários do gênero Plasmodium.

2. DOENÇA: Malária ou paludismo.

3. TRANSMISSOR: mosquito Anopheles (a fêmea se alimenta de sangue).

EPIDEMIOLOGIA

  • A malária mata 2 milhões de pessoas por ano uma taxa só comparável à da SIDA/AIDS, e afeta mais de 500 milhões de pessoas em todos os anos.
  • É a principal parasitose tropical e uma das mais freqüentes causas de morte em crianças nesses países (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano).
  • A malária existe potencialmente em todas as regiões onde existem humanos e mosquitos Anopheles em quantidade suficiente, o que inclui todas as regiões tropicais de todos os continentes e muitas regiões subtropicais.
  • Na América existe em toda a região central (México e países do istmo) e norte da América do Sul, incluindo mais de metade do território do Brasil (todo o Nordeste e Amazônia) e ainda nas Caraíbas (não existe no Sul incluindo Sul do Brasil).
  • Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.
  • A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles.
  • A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas principalmente em periferias.
  • Os mosquitos têm maior atividade durante o período da noite.
  • Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal vetor de transmissão desta para outras pessoas.
  • O risco maior de aquisição da malária é no interior das habitações, embora a transmissão também possa ocorrer ar livre.
  • Só os mosquitos fêmeas picam o homem e alimentam-se de sangue.
  • Os machos vivem de seivas de plantas.
  • As larvas se desenvolvem em água paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva abundante.

PROGRESSÃO E SINTOMAS

  • A malária causada por P. falciparum caracteriza-se inicialmente por sintomas inespecíficos, como dores de cabeça, fadiga, febre e náuseas. Estes sintomas podem durar vários dias (seis para P. falciparum, várias semanas para as outras espécies)
  • Mais tarde, caracterizam-se por acessos periódicos de calafrios e febre intensos que coincidem com a destruição maciça de hemácias e com a descarga de substâncias imunogênicas tóxicas na corrente sanguínea... ao fim de cada ciclo reprodutivo.
  • Estas crises são mais freqüentes ao cair da tarde, iniciam-se com subida da temperatura até 39 – 40°C. São seguidas de palidez da pele e tremores violentos durante cerca de 15 minutos a uma hora. Depois cessam os tremores e seguem-se duas a seis horas de febre a 41° C, terminando em vermelhidão da pele e suores abundantes.
  • Sintomas crônicos incluem a anemia, cansaço, debilitação com redução da capacidade de trabalho e da inteligência funcional, hemorragias e infartos de incidência muito aumentada, como infarto agudo do miocárdio e AVCs (especialmente com P. falciparum).
  • Se não diagnosticada e tratada, a malária maligna causada pelo P. falciparum pode evoluir rapidamente em debilitação crônica mas mais raramente em morte.

PREVENÇÃO

  • Dormir coberto por rede anti-mosquito protege significativamente contra a Malária.
  • Erradicação do mosquito Anopheles.
  • A drenagem de pântanos e outras águas paradas é uma medida de saúde pública eficaz.

DIAGNÓSTICO

CLÍNICO:

  • O elemento fundamental clínico da malária, tanto nas áreas endêmicas como não-endêmicas, é sempre pensar na possibilidade da doença.
  • Como a distribuição geográfica da malária não é homogênea, nem mesmo nos países onde a transmissão é elevada, torna-se importante, durante o exame clínico, resgatar informações sobre a área de residência ou relato de viagens de exposição ao parasita como nas áreas endêmicas (tropicais).
  • Além disso informações sobre transfusão de sangue, compartilhamento de agulhas em usuários de drogas injetáveis, transplante de órgão podem sugerir a possibilidade de malária induzida.

LABORATORIAL:

O diagnóstico de certeza da infecção malárica só é possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, através dos métodos diagnósticos especificados a seguir.

Ø GOTA ESPESSA: é o método adotado oficialmente no Brasil para o diagnóstico da malária. Mesmo após o avanço de técnicas diagnósticas, este exame continua sendo um método simples, eficaz, de baixo custo e fácil realização. Sua técnica baseia-se na visualização do parasito através de microscopia ótica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise da sua morfologia, e pelos estágios de desenvolvimento do parasito encontrados no sangue periférico.

Ø TESTES RÁPIDOS PARA DETECÇÃO DE COMPONENTES ANTIGÊNICOS DE PLASMÓDIO: Testes imunocromatográficos representam novos métodos de diagnóstico rápido de malária. Realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monocional contra antígenos específicos do parasito. Apresentam sensibilidade sensibilidade superior a 95% quando comparados à gota espessa, e com parasitemia superior a 100 parasitos/µl.

TRATAMENTO

  • Cinchona contendo Quinina, o primeiro anti-malárico.
A quinina (ou o seu isômero quinidina), um medicamento antigamente extraído da casca da Cinchona, é ainda usada no seu tratamento. No entanto, a maioria dos parasitas já é resistente
  • às suas ações. Foi suplantada por drogas sintéticas mais eficientes, como quinacrina, cloroquina, e primaquina. É freqüente serem usados cocktails (misturas) de vários destes fármacos, pois há parasitas resistentes a qualquer um deles por si só. Algumas vacinas estão em desenvolvimento.

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