sábado, 28 de junho de 2008

3 - Órgão linfóides secundários



3.1 - Linfonodos

Linfonodos são órgãos pequenos em forma de feijão que aparecem no meio do trajeto de vasos linfáticos. Normalmente estão agrupados na superfície e na profundidade nas partes proximais dos membros, como nas axilas, na região inguinal, no pescoço... Também encontramos linfonodo ao redor de grandes vasos do organismo. Eles “filtram” a linfa que chega até eles, e removem bactérias, vírus, restos celulares, etc.
O sistema linfático consiste em um conjunto de vasos que possuem válvulas e se distribuem por todo o corpo, com exceção de alguns órgãos como o cérebro, com a função de drenar o líquido intersticial que não retornou as vênulas, e coletar também restos celulares e microorganismo que estão no tecido. Os vasos linfático do corpo acabam desembocando em dois ductos principais: o ducto torácico e o ducto linfático direito, que desembocam na na maioria das vezes, na junção da jugular externa com a veia subclávia.

Este esquema nos mostra a circulação dos linfócitos através da corrente sangüínea e também na linfática. Em vermelho estão as artérias, em azul as veias e em cinza os vasos linfático. Veja que o baço não tem conecção com o sistema linfático.

Esses órgãos são revestidos de uma cápsula de tecidos conjuntivo, que emite ramos internos, dividindo os linfonodos em lóbulos incompletos.
Os linfonodos ( figura abaixo) são órgãos com uma parte convexa, onde chegam os vasos linfáticos (aferentes) e uma face côncava, que é o hilo. No hilo chega uma artéria nutridora e sai uma veia e um vaso linfático eferente, que se continua o seu trajeto.
Na figura abaixo, está esquematizando a estrutura interna dos linfonodos, e também as divisões histológicas de cada parte. Dividimos o parênquima do órgão em córtex e medula.





Esta figura ilustra a estrutura interna de um linfonodo cortado transversalmente. A parte côncova (hilo) sai uma veia que drena o sangue dos linfodos e um vasos linfático eferente. Os canais brancos (seios capsulares) representam o local onde circula a linfa, que drenam para os seios peritrabeculares ( são os canais ao redor dos septos) correndo em direção à medular, onde se originam os vasos eferentes. Uma artéria também entra neste local para nutrir os tecidos dos linfonodos. Observe o aspecto reticular (trabecular) da zona medular,e a pobreza de células linfóides. Na cortical aparecem nódulos em aspecto tridimensional, e à direita no alto da figura é mostrado de perto um nódulo separado, no qual se pode observar uma região mais escura periférica e a a região mais clara (centro germinativo) no centro.


No córtex encontramos nódulos linfáticos, ricos em linfócitos B em processo de maturação. A morfologia desses nódulos é interessante: eles possuem um centro germinativo mais claro e uma zona cortical mais densa. Isto ocorre porque os linfócitos B do centro germinativo estão no estágio inicial da maturação, ou seja, são ainda pro-linfócitos. Já os linfócitos B da zona periférica estão mais maduros, com a cromatina mais densa. Vários septos dividem o córtex em lóbulos incompletos. Ao lado desses septos aparecem os seios peritrabeculares. É através deste seio que a linfa entra em contato direto com os lóbulos e atinge a medular. A região cortical fica vazia nos linfonodos em indivíduos com deficiência de linfócitos B.
E os linfócitos T, onde estão? Os linfócitos T são encontrados numa região que fica entre o córtex e a medular, chamada de região paracortical .. Neste local , os pro-linfócitos T viram linfócitos T maduros e capazes de realizar a resposta imune. Esta região está ausente quando o indivíduo é submetido a uma timectomia ou apresenta a síndrome de Di George.
Os linfonodos estão completamente “vazios” de células linfóides em indivíduos com imunodeficiência combinada grave, pois ocorre uma ausência generalizada de linfócitos B e T.
A medular possui um aspecto trabecular e se citua no centro do órgão. Nele encontramos numerosos macrófagos, plasmóticos disseminados e linfócitos maduros que estão “prontos” para sair do linfonodo e se dirigir ao local de ação. As células maduras saem pelas veias e v. linfáticos eferentes e atingem a circulação sangúínea e linfática.
Abaixo da cápsula de tecido conjuntivo, que cobre o órgão notamos um espaço chamado de seio subcapsular, onde corre a linfa. Os vasos linfáticos aferentes desembocam ai, sendo o primeiro local de contato do linfonodo com a linfa. Por esse fato é importante notar que aparecem células apresentadoras de antígenos chamadas de células dendríticas (dendríticas porque tem uma aspecto ramificado) que pertencem ao SMF. Essas células fagocitam os antígenos que chegam pela linfa, e vão apresentar seus epítopos para os linfócitos B ou T maduros que estão no parênquima do órgão. Desenvolve-se então uma resposta imune. Os linfócitos ativados proliferam-se e atacam os antígeno que chegam ao órgão. Os Linfócitos também saem do órgão para a linfa e vão para a circulação sangüínea se dirigir ao local de ação.
A resposta imune que se desenvolve nos linfonodos, dependendo do antígeno, faz com que os linfonodos aumentem de tamanho, devido à grande proliferação dos linfócitos. Este processo de hipertrofia dos linfonodos é chamado de adenite, ou linfadenite. Quando o processo é bem patológico e específico, o linfonodo pode crescer muito (crescimento exagerado) e nesse caso é chamado de adenomegalia.
Linfonodos satélites são linfonodos que recebem a linfa de uma parte determinada do corpo, cituados geralmente nas extremidades proximais dos membros , ou próximo a um órgão interno como pulmão (linfonodos traquebroquiais) e intestino (linfonodos mesentéricos) . Os linfonodos satélites da coxa estão na região inguinal e os linfonodos na perna estão nos linfonodos tibial anterior, e poplíteos, por exemplo. É importante que sabiamos a localização anatômica destes linfonodos, pois se encontrarmos uma linfadenite nos linfonodos inguinais, provavelmente esta ocorrendo uma infecção ou carcinoma no membro inferior. Carcinoma é uma neoplasia maligna que tem origem no tecido epitelial de um órgão, como a pele. Eles costumam dar metástases por via linfática e atingir os linfonodos satélites, malignizando-os. Se ocorrer essa metástase, há necessidade de se retirar os linfonodos para que eles não sejam fonte de crescimente para as células neoplásicas, que podem a partir daí se espalhar para os resto do corpo.

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