terça-feira, 5 de agosto de 2008

ENTEROBIUS VERMICULARES

ENTEROBIOSE



AGENTE ETIOLÓGICO:


  • Enterobius vermiculares

CONSIDERAÇÕES GERAIS:


  • Parasito cosmopolita;
  • Nome vulgar: oxiuríase e caseira;
  • A freqüência do parasito é maior em criança;
  • É comum em creches, orfanatos e pré-escolas;
  • A sua erradicação é trabalhosa, pois é necessário o tratamento de todo público alvo.

DESCRIÇÃO DO PARASITO:


MACHO:

  • Corpo: filiforme
  • Tamanho: 2 a 5 mm
  • Cor: branca

FÊMEA:

  • Corpo: filiforme
  • Tamanho: 8 a 12 mm
  • Cor: branca


OVO:

  • Tamanho: 50 a 30µ
  • Formato: forma de D
  • Membrana: dupla e transparente
























HABITAT:


  • Geralmente encontrados no ceco e no apêndice cecal, embora passe as primeiras fases da vida no intestino delgado.
  • As fêmeas grávidas habitam a região perianal.


























CICLO BIOLÓGICO:

  • Ovos tornam-se infectantes algumas horas após a sua expulsão nas margens do ânus, onde permanecem viáveis durante muitos dias.
  • Esses ovos são ingeridos pelo homem.
  • No estômago, devido a ação do suco gástrico, os ovos eclodem liberando as larvas.
  • Estas larvas evoluem para vermes adultos, aptas a reprodução.
  • Este ciclo leva de 15 a 40 dias.

MODO DE TRANSMISSÃO:

  • DIRETA: do ânus diretamente para a cavidade oral, através dos dedos. (crianças, doentes mentais e adultos com precários hábitos de higiene).
  • INDIRETA: através da poeira, alimentos e roupas contaminados com ovos (lençol de cama, roupas íntimas).
  • RETROINFECÇÃO: migração das larvas da região anal para as regiões superiores do intestino grosso onde se tornam adultas.

DIAGNÓSTICO:

  • Em geral, o quadro clínico é marcado pelo prurido anal;
  • Exame de fezes para procura do parasito e de seus ovos;
  • Método de Hall (Suab anal) ou método de GRAHAM ( fita gomada).

SINTOMATOLOGIA:

  • Inicialmente assintomático;
  • Característica principal, o prurido (coceira) retal que é frequentemente noturno;
  • Irritabilidade, desassossego, desconforto e sono intranqüilo;
  • Escoriações provocadas pelo ato de coçar que pode ocasionar infecções secundárias na região anal;
  • Sintomas inespecíficos como vômitos, dores abdominais, flatulências e raramente fezes sanguinolentas;
  • Complicações como salpingites, vulvo, vaginites e granulomas pelvianos (migra para a vagina).

PROFILAXIA:

  • Tratamento dos parasitos e de toda família ou grupo ao mesmo tempo;
  • Ferver roupas íntimas, lençóis e etc.



segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Schistosoma mansoni

Schistosoma mansoni visto no microscópio

























Ovo de Schistosoma mansoni. Vê-se dentro do ovo a larva do miracídio.

MORFOLOGIA E CICLO EVOLUTIVO

1. Vermes adultos : 1,4 cm ¤ > ¥ 1,0 cm

¥ . Cilíndrico anteriormente ¤ . Toda cilíndrica

. Achatado posteriormente . Ventosas oral e ventral

. Canal ginecóforo

. Ventosas oral e ventral



























Habitat : veias do sistema porta , pp/ mesentérica inferir (intestino grosso)


2. Ovo : 150 mm x 60 mm

. Casca transparente

. Espícula lateral

. Contém embrião chamado de miracídio.


















ovo maduro e viável nas fezes espícula em “close”






HOSPEDEIROS INVERTEBRADOS


Nome popular : “aruá”

Moluscos planorbídeos (concha plana)


















Tamanho : depende da espécie =/- 2 cm diâmetro

Exclusivamente aquáticos (água doce ! )


Habitam coleções de água doce rasas e não acidentadas, em remansos de pouca correnteza ou em valas de irrigação de hortas.



Gênero : Biomphalaria


Espécies :

B. glabrata ® espécie mais importante no Brasil

B. tenagophila ® espécie mais importante no Rio de Janeiro

B. straminea ® espécie mais importante no Nordeste


4. Esporocistos (primários e secundários) : +/- 2 mm

. estruturas saculares.

















Habitat : órgãos do hospedeiro invertebrado - Planorbídeos do gênero Biomphalaria


5. Cercárias : 500 mm (0,5 mm)

. cauda bifurcada, com ventosas oral e ventral


TRANSMISSÃO : PENETRAÇÃO ATIVA DE CERCÁRIAS PELA PELE, conjuntiva e mucosa orofaringeana.



6. Esquistossômulo :

. Cercária que perdeu a cauda após penetrar no hospedeiro vertebrado.





DIAGNÓSTICO LABORATORIAL



1. Métodos de demonstração do parasita : mais utilizados e mais eficientes

a. Exames coproscópicos . Pesquisa de ovos nas fezes

Método de Lutz = Hoffman = sedimentação espontânea

Método de Kato

b. Biópsia retal

2. Métodos Imunológicos : pouca aplicação prática



a. Intradermoreação : reação imediata em 15 a 20 minutos

pápula com diâmetro superior a 1 cm

Indica contato com o parasita (atual ou passado) e persiste após a cura.

b. RIFI

c. ELISA

etc.

TRATAMENTO

Agem somente contra os vermes adultos


Oxamniquine ( Mansil® , Vansil® ) Via oral – dose única 15 mg/kg peso

Praziquantel ( Biltricide® ) Via oral – dose única 40 mg /kg peso



Extensa distribuição geográfica





































Schistosoma mansoni


Filo Platyhelminthes


Classe Digenea (ou Trematoda)


Nomes populares da doença : “barriga d’água”, “xistosa”, “doença dos caramujos”


Nomes técnicos : bilharziose, esquistossomose ou esquistossomíase (NID)


- Importância no Brasil


· Extensa distribuição geográfica.


· Endemia em plena expansão no Brasil.


· Vermes possuem habitat endovenoso. Alta patogeniciade.


· Difícil controle dos hospedeiros intermediários.

SCHISTOSOMA MANSONI

AGENTE ETIOLÓGICO:

  • Schistosoma mansoni

CONSIDERAÇÕES GERAIS:


  • Parasita não cosmopolita;
  • Nome vulgar: barriga d’água
  • O caramujo de importância epidemiológica na transmissão dessa doença é do gênero BIOMPHALARIA.

DESCRIÇÃO DO PARASITO:

MACHO:

Ø CORPO: fendido, com duas ventosas (uma oral)

Ø FORMATO: corpo achatado, dobrado em torno de seu eixo, formando um canal, no qual a fêmea se aloja e é fecundada por um banho de esperma, pois o macho não possui órgão de cópula.

Ø TAMANHO: 1 cm /12mm

FÊMEA:

Ø TAMANHO: 1,5 cm

Ø CORPO: tegumento liso com formato cilíndrico e afilado nas duas extremidades.

Ø COR: esbranquiçada










OVO:

Ø TAMANHO: 112 a 170 µ por 50 a 70 µ

Ø FORMATO: oval com espícula lateral (C.P.)

Ø COR: castanho-amarelada

Quando o ovo entra na água rompe a casca e libera o miracídio.









MIRACÍDIO:


  • Encontra-se dentro do ovo;
  • Tegumento recoberto de cílios.
  • Possui células germinativas que dão origem às cercarias.
  • Possui vida livre natante e não se alimenta;
  • CORPO: divide-se em cauda bifurcada e corpo;
  • TAMANHO: 500 µ (300 µ de cauda e 200 µ de corpo).

















HABITAT:

  • Sistema porta, veias mesentíricas do plexo hemorroidal.

CICLO BIOLÓGICO (herteroxênico):


  • Ovos veiculados para o meio externo através das fezes;
  • Estes ovos na água liberam miracídio, que penetram no caramujo (Biomphalaria – espécie endêmica da nossa região é a GLABLATRA), cada miracídio libera 10.000 cercárias (forma infectante do Schistosoma mansoni);
  • Cercárias eliminadas na água;
  • Cercárias penetram na pele;
  • Desenvolvem-se no sistema porta, transforma-se macho e fêmea adulto;
  • Casais de S. mansoni alcançam plexo hemorroidal;
  • Fêmeas põem ovos na submucosa do plexo hemorroidal, 8 a 10 dias com miracídio formado.

MODO DE TRANSMISSÃO:

  • A transmissão se dá exclusivamente pela penetração ativa da cercaria na pele e na mucosa.

DIAGNÓSTICO:


  • Exame de fezes para procura de ovos;
  • Intraderme reação de imunofluorescência (faz a reação na pele e coloca lâmpada florescente, reagindo, tem ou teve contato).

PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA:

Ø CERCÁRIA:

  • Por penetrar a pele, provoca dermatite cercariana, conhecida como coceira de nadador (pontadas, vermelhidão e coceira).

Ø VERME ADULTO:

  • Aumento do baço
  • Febre
  • Sintomas pulmonares
  • Lesões do fígado
  • Obstrução dos vasos periféricos intra-hepáticos.

Ø OVOS:

  • Não sendo expulsos voltam ao fígado, causando hemorragias, edemas, lesões, etc.

ESQUISTOSSOMOSE AGUDA:

  • Hepatite aguda;
  • Mal estar, tosse, febre, diarréia;
  • Esplenomegalia (aumento do baço).

ESQUISTOSSOMOSE CRÔNICA:

  • Diarréia com muco sanguinolento;
  • Dor abdominal
  • Retração da cápsula hepática;
  • Esplenomegalia;
  • Hepatoesplenomegalia (aumento do baço e fígado).

PROFILAXIA:

  • Destruição do verme;
  • Destruição dos ovos (fossas e esgotos);
  • Destruição das cercárias;
  • Destruição dos caramujos;
  • Produtos químicos usados no combate da esquistossomose: Fiocrex e Baylucide; e produtos biológico: criação de marrecos, patos e peixes.



STRONGYLOIDES STERCORALIS












AGENTE ETIOLÓGICO:


  • Strongyloides stercoralis

CONSIDERAÇÕES GERAIS:


  • Menor nematóide que parasita o homem;
  • Única forma parasitária é a fêmea partenogenética;
  • Predominante em regiões tropicais e subtropicais;

DESCRIÇÃO DO PARASITO:


FÊMEA PARASITA:

Ø TAMANHO: 2,5 mm

Ø Partenogenética

MACHO LIVRE:

Ø CORPO: fusiforme, com extremidade posterior recurvada ventralmente;

Ø TAMANHO: 0,7 mm

FÊMEA LIVRE:


Ø TAMANHO: 1,5 mm

Ø Apresenta até 28 ovos no útero em ≠ estágios

OVO:

Ø TAMANHO: 50 por 30 µ

Ø FORMATO: oval

Ø COR: transparente

Ø INTERIOR: contém de 4 a 8 blastômeros


LARVA RABDITÓIDE:

· 0,02 A 0,03 de comprimento;

· Vestíbulo bucal curto;

· Cauda pontiaguda.

LARVA FILARIÓIDE:


  • Apresenta cauda entalhada
  • Vestíbulo bucal curto.

HABITAT:


  • As fêmeas partenogenéticas vivem mergulhadas na mucosa do duodeno e jejuno.

CICLO BIOLÓGICO:


  • Apresenta dois ciclos evolutivos (ambos monoxênicos);
  • Ciclo Direto: Fêmea partenogenética – ovo (intestino) – larva rabditóide 3n (fezes) – larva filarióide –homem (pele). Só fêmea (3n) são parasitas.

MODO DE TRANSMISSÃO:

  • Primainfecção: penetração das larvas filarióides na pele fina dos pés;
  • Auto infecção interna (ovos nas fezes dentro do organismo demorando)
  • Auto infecção externa (ao defecar – falta de higiene).

DIAGNÓSTICO:

  • O quadro clínico isolado não é suficiente;
  • Exame de fezes (Baerman – Morais) para procurar larvas.













SINTOMATOLOGIA:

  • Habitualmente assintomático;
  • Cutâneo: edema, eritemia, prurido (cosseira);
  • Pulmonar: hemorragia, inflamação, pneumonia;
  • Intestinal: enterite (dor) causada pela movimentação das fêmeas e das larvas por elas eliminadas.
  • Emagrecimento, desidratação, irritabilidade, diarréia, anemia, que são agravados em caso de subnutrição.

PROFILAXIA:

  • Educação sanitária;
  • Melhoria de condições de higiene e saneamento básico;
  • Hábito de usar calçado;
  • Indivíduos expostos a fatores de risco, cuidados específicos como uso de botas e luvas.